Desde
criança me interesso por histórias das vidas das pessoas. Era daquelas crianças
que ficava imaginando como seria morar num iglu ou numa tribo indígena. Me
divertia pensando o que outras crianças estariam fazendo naquele exato momento,
como seriam suas famílias, seus brinquedos preferidos e seus sonhos... Também
sofria imaginando que muitas delas sentiam a falta de tudo isso, pois já tinha
percebido que pra muita gente faltava família, brinquedos e sonhos! Depois,
mais velha, tinha como brincadeira frequente (principalmente em ambientes como
aeroportos e rodoviárias) imaginar para onde aquelas pessoas que passavam iam,
se estariam felizes ou tristes com as partidas e chegadas, e, inventava
verdadeiras novelas, observando expressões, bagagens e gestuais. Adolescente já
adorava cinema e os personagens de alguns filmes e diretores também ganhavam
vida, e novas histórias, nas minhas demoradas análises. Quando precisei
escolher uma profissão, não tive muita dúvida: resolvi ser psicóloga e, depois,
estudar psicanálise. Hoje, tenho 18 anos de clínica, duas filhas adolescentes,
um livro infantil publicado, alunos, supervisionandos, sobrinhos e muita
história rolando “de dentro pra fora e de fora pra dentro”. E é justamente
sobre esse bailado, sobre esse entra e sai, que o blog vai tratar: vai ter
espaço pro lido, assistido, inventado, experienciado, cantado ou ouvido. Tudo
do jeito que foi processado, com todo e com nenhum compromisso com fatos reais.
Essa é a verdade verdadeira: a verdade que entra por uma porta e sai por outra
e, quem quiser, que conte outra!
Nenhum comentário:
Postar um comentário